Ex-funcionários de hospital de Ijuí são condenados por receptação de remédios contra câncer roubados em MG
17/09/2025
(Foto: Reprodução) Duas pessoas foram presas em flagrante por suspeita de receptação qualificada.
Polícia Civil/Divulgação
Dois ex-funcionários do Hospital de Caridade de Ijuí (HCI), no Noroeste do RS, foram condenados por receptação qualificada de medicamentos usados no tratamento contra o câncer.
A sentença foi publicada nesta semana, após um processo que tramitava desde 2019, quando uma carga de medicamentos para tratamento de câncer foi roubada em Minas Gerais. Relembre o caso abaixo.
Ivone Fátima Siqueira, ex-diretora financeira, e Edemar Ribeiro da Cruz, ex-coordenador de compras do hospital, receberam penas de 4 anos e 6 meses de reclusão em regime semiaberto. Eles poderão recorrer em liberdade.
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A defesa dos condenados informou que respeita a decisão, mas vai recorrer. Disse ainda que pretende demonstrar a inocência dos réus no processo.
O ex-presidente da instituição, Cláudio Matte Martins, também respondia ao processo, mas foi absolvido por insuficiência de provas.
Relembre o caso
A investigação da Polícia Civil apontou que, em outubro de 2019, uma carga de medicamentos para tratamento de câncer foi roubada em Minas Gerais. Os produtos foram enviados a uma distribuidora não credenciada em Nova Iguaçu (RJ), de onde o hospital adquiriu os lotes por cerca de R$ 600 mil.
Cada caixa do medicamento tinha um selo holográfico, o que permitiu à polícia comprovar a origem ilícita. Na época, os dois funcionários foram presos preventivamente e liberados em seguida. O hospital afirmou ter sido surpreendido e afastou os envolvidos.
Funcionários de hospital de Ijuí são afastados em investigação de receptação de remédios
Entendimento da Justiça
Segundo a sentença do juiz Eduardo Giovelli, ficou comprovado que os ex-funcionários foram alertados sobre a possível origem ilegal dos medicamentos e, mesmo assim, realizaram a compra.
A decisão também destacou que os remédios eram destinados a pacientes em situação de extrema vulnerabilidade. O hospital ficou desabastecido e houve aplicação do produto ilícito em alguns pacientes, sem comprovação de eficácia. Outros tiveram atrasos no tratamento.
O Hospital de Clínicas de Ijuí informou que não faz parte do processo judicial e que os envolvidos foram afastados da instituição em 2019.
Apreensão aconteceu na sexta-feira (1), em Ijuí.
Polícia Civil/Divulgação
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